8 de novembro de 2010

As Vantagens de Ser Global No Mundo Contemporânea

Os textos a seguir foram escritos por Jaime Oliva, e eles darão introdução ao tema.


AS EMPRESAS GLOBAIS

Algumas empresas, chamadas corporações transnacionais, poeram em escala global. Operar em escala global é ter acesso ao mundo como mercado consumidor. Porém, uma corporação não reduz sua ação mundial ao ato de vender. É mais que isso, e um exemplo pode demonstrar essa afirmação: vender nos EUA e na UE, que são os maiores mercados mundiais, será ainda um melhor negócio se a produção for distribuída geograficamente me várias partes do mundo. Atualmente, está nítido que as grandes corporações transnacionais (com origem principalmente nos EUA, na Europa e no Japão) vendem seus produtos no mundo inteiro, e que seus sistemas de produção estão sediados em diversas localidades do mundo - como na China, a Coréia do Sul, o Vietnã, a Tailândia, a Índia e o Brasil. Por que localizar a produção nesses países?

Seguramente, porque isso dá às grandes corporações transnacionais vantagens na competição internacional, pois a produção fabril nesses países tem custos mais baixos. Isso ocorre, em parte, porque os salários pagos nesses países oferecem outras vantagens, além da mão de obra barata: impostos mais baixos ou mesmo inexistentes, empréstimos, doação de terras, infraestrutura à disposição e a baixo custo, energia mais barata etc. Assim é possível concluir que uma empresa global pode compensar as dificuldades de ação num país com as facilidades de atuação em outros. Com esse poder todo de uma corporação transnacional, uma empresa nacional não terá dificuldades de concorrer com outra que tem a diversidade do mundo à sua disposição?

AS REDES ILEGAIS

Haveria também, para as atividades ilegais, vantagens em ter uma atuação global? Sem dúvida, há. Por exemplo: uma organização criminosa qu trafica drogas obtém lucros vendendo seus produtos na Europa e nos EUA. Digamos que as drogas sejam produzidas na América do Sul ou na Ásia, e que o dinheiro obtido com os lucros seja depositado em países que possuem uma "fiscalização frouxa" em seus sistema bancário. Muitos países estão interessados em atrair capitais e, com isso, podem relaxar o controle da origem do dinheiro. Os que controlam as redes de ilegalidade em escala global sabem explorar essas situações. "Lavar" esse dinheiro "sujo" (que tem origem, por exemplo, na venda de drogas) não é tão difícil. Essa é uma operação que, do ponto de vista geográfico, pode ser chamada de global. Obter lucros com o crime num país e usar o dinheiro advindo dessa atividade na mesma localidade sempre foi um problema para os grupos criminosos. Porém, no mundo globalizado, a diminuição dos controles para a circulação financeira, o afrouxamento das fronteiras e a busca incessante de muitos países pobres por mais capital acabam fazendo com que o dinheiro "sujo" tenha maiores chances de circular com cara de limpo.

PARAÍSOS FISCAIS

Paraísos fiscais são regiões que, muitas vezes, têm o status de Estado nacional e aceitam o ingresso de recursos financeiros de origem desconhecida, quer dizer, sem que o dono de dinheiro precise declarar como o dinheiro foi obtido. Além disso, protege-se a identidade do dono dos recursos e garante-se o sigilo bancário absoluto. Nesse sentido, um lucro obtido com tráfico de armas ou de drogas pode ser depositado no banco e aplicado, e ninguém vai incomodar o dono do dinheiro de origem criminosa.

Outra característica de um paraíso fiscal é que esse é um lugar que facilita a abertura de empresas. Uma empresa pode se instalar num paraíso fiscal e todos os recursos que por ali circularem não serão tributados. Como muitos usam os paraísos fiscais para "lavar" dinheiro "sujo", por exemplo, usando lucros de aplicação de dinheiro advindo da droga para abrir uma empresa, que depois vai atuar legalmente, esses paraísos terminam sendo lugares onde não "há pecados". Tudo vale. Nos paraísos fiscais, há uma grande rejeição aos controles ditados pelas regras do direito internacional, que, por exemplo, tentam coibir a lavagem de dinheiro - como as medidas contra a crise mundial propostas no encontro do G-20 em 2009, que incluíram a necessidade de regulação das transações realizadas nos paraísos fiscais.

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